Saudade é palavra muito portuguesa. E, se há quem saiba bem como a descrever é “nosso lá por fora” de hoje. Amílcar Neves está há seis anos a viver em Aparecida de Goiânia, em Goias, no centro oeste do Brasil, mas a distância da terra natal, Mata de São Pedro, freguesia de Botão, em Coimbra, vem de muito antes, o que faz com que a falta que sente de casa e dos seus seja muito mais dura de aguentar. A vida assim o obrigou. E Amílcar Neves foi tentando ser feliz, ajustando-se às oportunidades e respondendo às dificuldades que ela, a vida, lhe foram oferecendo. A infância foi cheia de coisas boas, de brincadeiras, de joelhos esfolados e traquinices, como «é típico de qualquer criança que cresce numa pacata aldeia».
Frequentou a primária do Paço, no Botão, aos 12 anos mudou-se para Coimbra, para a Rua do Padrão, onde os pais tinham o Restaurante Buzio Bar e, portanto, todo o restante percurso escolar foi feito na cidade, mais propriamente na Brotero, até ao 11.º ano, que não chegou a completar…