Aos 88 anos, é o primeiro a chegar à loja e o último a sair. Foi lá, na sapataria Caravela, um dos estabelecimentos comerciais mais emblemáticos da Rua da Louça, que encontrámos Manuel Guerra, tranquilo, a ler o jornal e sempre atento ao movimento.
É certo que o negócio, hoje em dia, já pouco tem a ver com os tempos áureos da Baixa de Coimbra, mas a resiliência faz parte da personalidade de Manuel Guerra. «É um bocado complicado», confessa o comerciante, que começou a trabalhar com apenas 11 anos, ali bem perto, na Praça do Comércio, numa loja de penhores.