A homenagem que a Sociedade Portuguesa de Transplantação, com a colaboração do Centro Hospital e Universitário de Coimbra, preparou para Alexandre Linhares Furtado foi completa e tocante. Na Igreja do Convento São Francisco, para além das entidades oficiais, reuniram-se dezenas de outros seus admiradores: os doentes - vários que falaram da nova oportunidade de vida ganha com um órgão transplantado -, antigos colaboradores do médico e professor universitário, os seus “discípulos” e sucessores, como Alfredo Mota, antigo director do Serviço de Urologia e Transplantação do CHUC, ou Arnaldo Figueiredo, actual responsável do serviço. O primeiro recordou o percurso profissional, assinalando o «homem de ouro, na educação, ética e cidadania, como médico e universitário», o segundo desvendou um pouco sobre as raízes açorianas, o gosto pela música ou o talento para a pintura.
Quando chegou a sua hora de falar, o pioneiro da transplantação em Portugal mostrou-se muito grato por todas as palavras - algumas que considerou até exageradas no elogio - e pediu licença para «pegar na homenagem e a transplantar para uma celebração máxima do heroísmo», o do dador vivo de órgãos.