Arménio Travassos, que foi director-geral do Diário de Coimbra entre 2004 e 2018, faleceu ontem à noite, aos 56 anos, vítima de doença. Ao longo destes 15 anos assumiu, progressivamente, essas funções no Diário de Leiria, no Diário de Viseu e ainda na FIG – Indústrias Gráficas. Com uma grande capacidade de trabalho e um instinto comercial invulgar, Arménio Travassos contribuiu de modo decisivo para o sucesso crescente dos projectos em que se envolveu e para que os jornais se afirmassem, ainda mais, nas regiões e mercados que servem.
No Diário de Coimbra, durante o período em que foi director-geral, o jornal alargou a sua zona de influência directa e criou diversos suplementos e trabalhos de proximidade que permitiram aumentar a sua circulação e o seu equilíbrio financeiro.
Como recorda Adriano Callé Lucas, director do Diário de Coimbra, o Arménio Travassos «será sempre lembrado pela pessoa que foi e pelo contributo inestimável que deu ao jornal e à empresa num período decisivo durante o qual o País atravessou uma grave crise».
Foi em Maio de 2015, mais precisamente no dia 13, que Arménio Travassos soube da sua doença. O Diário de Coimbra estava a poucos dias de assinalar o seu 85.º aniversário (24 de Maio), uma data especial em que foram entregues diferentes prémios numa gala no Casino Figueira, que vinha sendo preparada ao pormenor, durante meses, pelo Arménio Travassos, que nessa noite foi homenageado, de surpresa, com uma caricatura desenhada por Victor Costa e com dedicatórias de todos os colaboradores da empresa. «É uma das pessoas com quem mais aprendi ao longo da vida. É perfeitamente extraordinário», sublinhou então Miguel Callé Lucas, director-adjunto e administrador do Diário de Coimbra, classificando Arménio Travassos como um homem de garra e emoção, sempre acelerado e uma «fonte inesgotável de energia».
Os que com ele conviveram – e foram muitos – profissional ou pessoalmente, reconhecem em Arménio Travassos uma força tremenda que aliás comprovou nos últimos quatro anos em que, mesmo doente, nunca deixou de se empenhar a fundo nas suas muitas tarefas. Muitos milhares de quilómetros percorridos por toda a região, imensos projectos e muitas ideias para pôr em prática. Sempre ao serviço dos leitores, que é o lema dos jornais, como fazia questão de sublinhar.
Além desta grande intensidade de trabalho – que como ele sempre dizia só era possível manter por ter no seu «porto de abrigo», a mulher Luísa e a filha Carolina – Arménio Travassos tinha como outra das suas qualidades o saber ouvir todos aqueles com quem falava, daí aproveitando muitos contributos para os seus projectos. Independentemente da sua condição social ou profissional, de todos os leitores sabia que podia obter contributos e a todos dava atenção. Enchia os bolsos de recortes, de notas, de recados, de números de telefone que depois se encarregava de passar às equipas para que nada ficasse esquecido.
Foi uma vida intensa, de grande dedicação profissional. Nascido na Carapinheira, concelho de Montemor-o-Velho, Arménio Travassos estudou Direito na Universidade de Coimbra, mas desde muito cedo sentiu o “bichinho da Comunicação Social” iniciando--se ainda no tempo das “rádios pirata” na Rádio Clube Carapinheirense, quando tinha 18 anos. Mais tarde foi vice-presidente da Cooperativa Rádio Comercial do Centro e sócio-gerente e director comercial da Rádio Regional do Centro. Em 1995, depois de ter desempenhado funções na Câmara de Coimbra, foi nomeado director comercial do Diário As Beiras, onde desempenhou também o cargo de director-geral até, em Julho de 2004, integrar a “família” do Diário de Coimbra que nunca o esquecerá. Era casado com Luísa Travassos e pai de Carolina Travassos, a quem o Diário de Coimbra endereça as mais sentidas condolências.
O funeral deverá realizar-se amanhã, em hora ainda a designar.
