A Directoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ) concluiu a investigação de alegadas burlas na utilização dos fundos de apoio à reconstrução de habitações permanentes destruídas pelo incêndio de 17 de Junho de 2017 e remeteu o processo ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra com proposta de acusação. Em causa está um mega processo, de «elevada complexidade», tendo em conta «os inúmeros casos que foi necessário analisar», refere a PJ. O resultado final indicia isso mesmo, pois o processo remetido para o Ministério Público (MP) apresenta oito volumes, cada um dos dos quais terá mais de 200 páginas, a que se juntam 89 apensos e 21 anexos. São 44 arguidos, entre os quais o presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, e o antigo vereador, Bruno Gomes, e 115 testemunhas.«Foi necessário ouvir muita gente», assume fonte ligada à investigação, esclarecendo que foi seleccionado um conjunto inicial de 89 casas «que nos pareceram irregulares» e sobre as quais incidiram as averiguações. Destas, «24 terão matéria crime», refere a PJ. As 24 casas localizam-se, na grande maioria, no concelho de Pedrógão Grande, mas também há alegadas situações de burla nos vizinhos concelhos de Castanheira de Pera e de Figueiró dos Vinhos.
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