Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Venezuela: Jornalismo está limitado e bloqueado


Sexta, 14 de Junho de 2019

A actividade jornalística na Venezuela esteve limitada durante o passado mês de Maio, havendo ainda a registar o bloqueio de vários portais ‘web’, a suspensão temporária do acesso á Internet e limitações no acesso dos jornalistas ao parlamento. Segundo a Organização Não Governamental (ONG) "Espaço Público", que analisa a evolução dos direitos humanos e da liberdade de expressão na Venezuela, durante o mês de Maio foram registadas "114 denúncias de violações ao direito à liberdade de expressão" que afectaram 60 entidades, principalmente jornalistas (29 denúncias) e jornais (13).

Foram ainda registados seis casos de bloqueio de plataformas ‘web’ "especialmente em momentos em que o presidente" do parlamento, o opositor Juan Guaidó, "realizava actividades nas ruas ou discursos públicos". "Os principais responsáveis pelas violações da lei continuam a ser os órgãos de segurança, instituições e funcionários públicos", é referido num relatório da Espaço Público (EP).

Segundo a EP, em 01 de Maio ocorreram "12 violações à liberdade de expressão".  Nesse dia Juan Guaidó convocou protestos nas ruas, em várias zonas do país, e "o padrão de violação" foi "o ataque a jornalistas durante a cobertura". "Feridas de ‘perdigón’ [balas de borracha], roubos e agressões físicas de parte de funcionários de ordem pública foram os casos mais comuns", lê-se ainda no relatório.

A EP insiste que, "actualmente, na Venezuela, a função informação supõe riscos físicos para os jornalistas e repórteres gráficos" e que "não é normal que, no trabalho de buscar de difundir informação, os trabalhadores da imprensa sejam insultados ou feridos, como aconteceu a 01 de Maio em várias zonas do país". "Altamira [leste de Caracas] foi o centro das manifestações em Caracas. Nesta zona, oficiais de segurança do Estado, dispararam contra os jornalistas que realizavam a cobertura", é referido no comunicado, que explicita que um jornalista foi ferido quando cobria confrontos entre civis e grupos armados e um repórter de imagem foi retido e ferido por um funcionário.

Ocorreram ainda agressões em Lara e em Carabobo (centro do país). Em Caracas, oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) impediram o acesso dos jornalistas ao parlamento, durante todo um mês. Em 30 de Maio, depois de sem sucesso tentarem entregar uma carta, os jornalistas entraram à força.

Durante quatro semanas, nas proximidades do parlamento, os jornalistas foram insultados por grupos de civis afectos ao regime de Nicolas Maduro.


Suplementos


Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu