A actividade jornalística na Venezuela esteve limitada durante o passado mês de Maio, havendo ainda a registar o bloqueio de vários portais ‘web’, a suspensão temporária do acesso á Internet e limitações no acesso dos jornalistas ao parlamento. Segundo a Organização Não Governamental (ONG) "Espaço Público", que analisa a evolução dos direitos humanos e da liberdade de expressão na Venezuela, durante o mês de Maio foram registadas "114 denúncias de violações ao direito à liberdade de expressão" que afectaram 60 entidades, principalmente jornalistas (29 denúncias) e jornais (13).
Foram ainda registados seis casos de bloqueio de plataformas ‘web’ "especialmente em momentos em que o presidente" do parlamento, o opositor Juan Guaidó, "realizava actividades nas ruas ou discursos públicos". "Os principais responsáveis pelas violações da lei continuam a ser os órgãos de segurança, instituições e funcionários públicos", é referido num relatório da Espaço Público (EP).
Segundo a EP, em 01 de Maio ocorreram "12 violações à liberdade de expressão". Nesse dia Juan Guaidó convocou protestos nas ruas, em várias zonas do país, e "o padrão de violação" foi "o ataque a jornalistas durante a cobertura". "Feridas de ‘perdigón’ [balas de borracha], roubos e agressões físicas de parte de funcionários de ordem pública foram os casos mais comuns", lê-se ainda no relatório.
A EP insiste que, "actualmente, na Venezuela, a função informação supõe riscos físicos para os jornalistas e repórteres gráficos" e que "não é normal que, no trabalho de buscar de difundir informação, os trabalhadores da imprensa sejam insultados ou feridos, como aconteceu a 01 de Maio em várias zonas do país". "Altamira [leste de Caracas] foi o centro das manifestações em Caracas. Nesta zona, oficiais de segurança do Estado, dispararam contra os jornalistas que realizavam a cobertura", é referido no comunicado, que explicita que um jornalista foi ferido quando cobria confrontos entre civis e grupos armados e um repórter de imagem foi retido e ferido por um funcionário.
Ocorreram ainda agressões em Lara e em Carabobo (centro do país). Em Caracas, oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) impediram o acesso dos jornalistas ao parlamento, durante todo um mês. Em 30 de Maio, depois de sem sucesso tentarem entregar uma carta, os jornalistas entraram à força.
Durante quatro semanas, nas proximidades do parlamento, os jornalistas foram insultados por grupos de civis afectos ao regime de Nicolas Maduro.