Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

O Diário de Viseu fez 22 anos


Segunda, 03 de Junho de 2019
Assinalaram-se ontem 22 anos sobre a data em que o Diário de Viseu, então denominado Diário Regional de Viseu, iniciou a sua publicação como jornal independente, defensor de uma informação livre e objectiva, em prol dos leitores e da valorização de Viseu, da Região das Beiras e das suas gentes.  Também desde logo nos afirmámos como um jornal de orientação republicana e liberal, defensor da Liberdade de Imprensa, da economia de mercado, da regionalização e da plena integração e unificação europeia. Nesta data especial, recordamos com muita saudade o fundador do jornal, o meu Pai, Adriano Lucas (1925-2011), a cuja iniciativa se deve o facto de Viseu ter passado a ter, pela primeira vez, o seu próprio jornal diário.Passados 22 anos, é muito gratificante verificarmos que o Diário de Viseu, ultrapassando as dificuldades do percurso, se tornou no veículo de informação regional mais lido e acarinhado na cidade e na região.Quando tentamos perspectivar o futuro estamos convictos que, apesar dos desafios da revolução digital, o Diário de Viseu continuará a crescer e a servir cada vez melhor os seus leitores, assinantes e anunciantes, como foi acontecendo até aqui. Não conseguimos, contudo, ser tão optimistas com o nosso País, que pouco evoluiu nestes últimos 22 anos. Portugal continua um país pouco desenvolvido, excessivamente burocrático e centralizado, sem capacidade de se reformar e sem desígnios nacionais, de médio e longo prazo, mobilizadores do desenvolvimento. Prevalece ainda um Estado com uma “máquina” muito pesada, que consome uma parte substancial da riqueza criada pela sociedade civil.É confrangedora a comparação com vários outros países europeus de dimensão equivalente à nossa, que estavam bem mais atrasados quando subjugados à ditadura comunista soviética, que só restabeleceram a democracia e só aderiram à União Europeia muito mais tardiamente do que nós, mas que já nos ultrapassaram em rendimento per capita e cujo crescimento económico é bem maior do que o nosso, deixando-nos para trás na cauda da Europa. O País necessita que sejam feitas reformas em vários sectores, que contribuam para uma economia livre e próspera, que criem condições para melhorar a competitividade das empresas, especialmente das Pequenas e Médias Empresas, que são as que asseguram grande parte da criação de riqueza e do emprego. As poucas reformas iniciadas entre nós na legislatura anterior pararam ou foram revertidas (como é o caso do arrendamento urbano).  Compreende-se que tal tenha acontecido nesta legislatura, fruto, possivelmente, dos acordos parlamentares com os partidos da extrema esquerda totalitária que viabilizaram o governo, e que são hostis à iniciativa privada e à integração europeia.Mas é absolutamente necessário que, a bem do País e da sua competitividade no mercado global, as reformas sejam retomadas na próxima legislatura, e que o governo que sair das eleições em tal se empenhe. Reformas que contribuam, por exemplo, para se reduzir a fiscalidade absurda e errática que penaliza as famílias e as empresas; para a redução do peso e dos custos da administração pública; dos longos prazos de funcionamento da justiça; dos custos excessivos da energia; das dificuldades e morosidade na aprovação de projectos, o que dificulta o investimento e o empreendedorismo; da rigidez das leis laborais, que prejudicam a criação de novos empregos, etc..Também é premente a reforma do sistema eleitoral, que venha a permitir uma maior responsabilização dos deputados perante quem os elege. Contudo, este tema, que é tão importante para a saúde da nossa democracia, não teve ainda o acolhimento que merece por parte do Parlamento. Basta ver como os partidos políticos lidaram com a petição que lhes foi entregue – Legislar o poder dos cidadãos escolherem os seus deputados (que publicámos na íntegra no Diário de Viseu) – para se perceber o estado a que chegámos. Uma petição que visa aproximar os eleitores dos eleitos mas que o Parlamento até hoje ignorou. Depois há quem se surpreenda com os números da abstenção, como ainda sucedeu nas recentes eleições europeias.No Diário de Viseu, bem como nos diários que lhe estão associados (Diário de Aveiro, Diário de Coimbra e Diário de Leiria), não vamos deixar cair estas questões, nem as muitas promessas feitas em tempos eleitorais que depois caem no esquecimento ou são adiadas, como é o caso aberrante da renovação do traçado do IP3, tão importante para a nossa Região, que tem passado sem concretização de legislatura em legislatura. Mantemo-nos neste rumo ao serviço dos nossos leitores, assinantes e anunciantes, que são a nossa única razão de ser. Procuraremos, todos os dias, fazer mais e melhor para continuar a merecer a confiança dos que nos acompanham nesta missão.

Bem hajam!Adriano Callé Lucas


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