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Ex-chefe político do grupo terrorista ETA Josu Ternera foi detido em França


Quinta, 16 de Maio de 2019

José Bengoechea, ex-chefe político do grupo terrorista basco ETA, foi detido hoje em França, disseram à agência EFE fontes policiais. José Antonio Urrutkoetxea Bengoechea, conhecido como “Josu Ternera”, encontrava-se desaparecido desde 2002, tendo sido preso hoje na localidade de Sallanches, nos Alpes franceses, pelos agentes dos Serviços de Informações da polícia francesa, em colaboração com a Guardia Civil espanhola.

Num breve comunicado, o Ministério do Interior espanhol refere que a detenção ocorreu durante as primeiras horas da manhã e remeteu mais pormenores para as próximas horas. “Josu Ternera” nasceu em Miravalles (Vizcaya) em 1950 e é considerado um dos membros históricos do grupo terrorista, tal como José Ignacio de Joana Chãos, que se encontra a monte. “Ternera” está ligado às tentativas de negociação propostas pelo grupo terrorista basco e foi um dos protagonistas do comunicado de Maio de 2018 em que a ETA anunciou a dissolução.

O homem detido hoje é acusado pela Justiça espanhola de ter estado envolvido no atentado de 11 de Dezembro de 1987 em Saragoça, em que morreram 11 pessoas, entre as quais seis menores.

Mais recentemente, foi acusado de crimes contra a humanidade.

Dois anos depois de assumir o comando da ETA, foi detido em Baiona, França, em 1989, e condenado a 10 anos de prisão pela Justiça francesa, que acabou por extraditá-lo para Espanha em 1996. “Ternera” acabou por ser libertado em Janeiro de 2000 pela Audiência Nacional, que entendeu que o dirigente da ETA já tinha sido julgado e condenado em França, no âmbito do processo “Sokoa”.

No período em que esteve preso foi eleito deputado do Parlamento do País Basco pelo Euskal Herritarrok (EH), integrando a Comissão de Direitos Humanos da câmara, e foi apontado para o cargo de conselheiro da localidade Ugao-Miravalles.

O Supremo Tribunal, devido aos cargos políticos no Parlamento Basco, notificou "Josu Ternera" a prestar declarações em Novembro de 2002 pelo atentado da ETA contra a residência militar de Saragoça.

A Justiça espanhola argumentou que na altura dos factos o líder da ETA esteve “necessariamente” envolvido no atentado que fez 11 vítimas mortais. “Josu Ternera” não compareceu em nenhuma das duas vezes em que foi chamado a depor e, por isso, o Supremo Tribunal emitiu uma ordem internacional de busca e captura. Desde essa altura foi dado como desaparecido e apontado como um dos homens mais procurados pela Interpol. Em 1989, quando se encontrava preso em França, a direcção da ETA propôs “Ternera” como negociador nas conversações de Argel e nas tréguas de 1998.

As autoridades acreditam que também esteve envolvido no anúncio de cessar-fogo de 2006.

Em 2013, chegou a ser localizado em Oslo, Noruega, na companhia de David Pla e de Iratxe Sorzabal, numa altura em que procuravam mediação internacional, mas o grupo abandonou o país por não conseguir atingir avanços no processo.


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