«Capaz de nos desassossegar» com as suas opiniões e reflexões, mas simultaneamente, «com uma enorme capacidade de perceber quando é o tempo de nos tranquilizar». Foram algumas das palavras proferidas por Maria da Conceição Bento, docente e ex-presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, para apresentar Nídia Salgueiro que, no dia do seu 85.º aniversário foi homenageada na Casa do Jardim, em Coimbra. Uma festa singela em que não faltaram familiares, antigos e actuais alunos e colegas de trabalho de Nídia Salgueiro, a quem todos reconhecem «inteligência, sociabilidade, cidadania e forte sentido de missão» em todos os cargos que assumiu ao longo da sua vida, como enfermeira, actividade que iniciou nos Hospitais da Universidade de Coimbra em 1955, e como docente, alguns anos mais tarde. Num longo discurso, Maria da Conceição Bento não poupou palavras de elogio a Nídia Salgueiro que, em qualquer uma das funções que assumiu, revelou sempre «uma grande capacidade de resolver problemas», e que como docente, «foi um exemplo, tanto em termos pedagógicos, como em termos científicos». Deixou intensa produção científica que «afirmou a escola de enfermagem a nível nacional e internacional e ajudou na formação de várias gerações de enfermeiros». Maria da Conceição Bento realçou ainda a visão progressista de Nídia Salgueiro que, desde muito cedo, promoveu a colaboração com entidades de saúde de outros países, nomeadamente do Brasil, Canadá, Bélgica, França, Itália e Suíça, apenas para dar alguns exemplos. E foi com estas preocupações que Nídia Salgueiro tomou conhecimento da metodologia de cuidados Humanitude, criada pelos franceses Yves Gineste e Rosette Marescotti, e tudo fez para implementar o conceito em Portugal. É a precursora dessa filosofia em Portugal, tendo assumido a direcção técnica do Instituto Gineste- Marescotti Portugal e, desde então foi a responsável pela divulgação da Metodologia de Cuidados em Humanitude em Portugal .
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