Uma “catedral efémera” em madeira poderá ser construída em frente à Notre-Dame de Paris, parcialmente destruída por um incêndio, para a substituir enquanto estiver a ser reconstruída, indicou hoje o reitor do edifício, Patrick Chauvet. Um incêndio que deflagrou na segunda-feira à tarde na catedral de Notre-Dame de Paris e que demorou cerca de 15 horas a ser extinto destruiu o pináculo e uma grande parte do telhado do emblemático edifício.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na terça-feira que a catedral, o monumento mais visitado da Europa, estará reconstruída em cinco anos.
“Não podemos dizer ‘a catedral está fechada durante cinco anos e acabou’”, explicou Chauvet em declarações ao canal televisivo CNews. “Então pensei: ‘será que na praça não posso construir uma catedral efémera’(…) Quero um local que seja bonito, um lugar simbólico, atractivo”, adiantou.
A presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, encorajou o projecto, disse Chauvet, adiantando que a autarca aceitou emprestar “uma parte da praça” para a construção da igreja “em madeira”. “A decisão não está formalmente tomada”, indicou o ministro da Cultura francês, Franck Riester à rádio RMC. “Catedral efémera, um local de acolhimento, um local que permita aos fiéis rezarem … tudo isto está em discussão, em preparação”, adiantou.
Chauvet precisou que a instalação da substituta provisória ocorrerá “rapidamente”, logo que se possa ter acesso à praça em frente à catedral, ainda fechada. O inquérito privilegia a pista acidental, o fogo terá começado num andaime das obras de renovação que estavam a decorrer no telhado da catedral.
O primeiro-ministro, Edouard Philippe, anunciou na quarta-feira algumas medidas para fazer face ao “desafio imenso” de reconstruir Notre-Dame em cinco anos, com um concurso internacional de arquitectos, um apoio fiscal às doações e um projecto de lei para uma subscrição nacional.