Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Venezuela: União Europeia rejeita decisão de levantar imunidade parlamentar de Guaidó


Quinta, 04 de Abril de 2019

A União Europeia condenou hoje a decisão da Assembleia Constituinte venezuelana de levantar a imunidade parlamentar do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. “A União Europeia rejeita a decisão da Assembleia Constituinte nacional não reconhecida de levantar a imunidade parlamentar” do autoproclamado Presidente interino venezuelano Juan Guaidó, disse a chefe de diplomacia da UE numa declaração divulgada em Bruxelas.

Federica Mogherini aponta que “esta decisão constitui uma grave violação da Constituição venezuelana, assim como do Estado de direito e da separação de poderes, já que a única instituição autorizada a levantar a imunidade dos membros do parlamento é a Assembleia Nacional”. “Estes actos minam um caminho político para sair da crise e conduzem apenas a mais polarização e escalada das tensões no país”, adverte Mogherini.

Sustentando que os direitos civis, a liberdade e a integridade física dos membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser “respeitados em todos os momentos”, e que estes devem poder “cumprir os seus deveres sem qualquer intimidação”, a UE deixa então “um forte apelo” ao respeito pelo princípio da imunidade parlamentar. “A UE vai continuar a monitorizar a situação e recorrerá a todas as medidas apropriadas na reacção aos atuais desenvolvimentos”, conclui a declaração.

A Assembleia Constituinte venezuelana - composta unicamente por simpatizantes do regime de Nicolas Maduro - aprovou na terça-feira um decreto que levanta a imunidade parlamentar do autoproclamado Presidente interino da Venezuela.

O decreto autoriza ainda o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a continuar o julgamento contra Juan Guaidó, por alegadamente violar a Constituição ao autoproclamar-se Presidente interino da Venezuela e por desrespeitar, em Fevereiro último, uma proibição de saída do país ditada por aquele órgão.

O STJ venezuelano acusou na segunda-feira o autoproclamado Presidente interino do país, Juan Guaidó, de "desacato" a decisões daquele organismo e ordenou à Assembleia Constituinte o levantamento da sua imunidade parlamentar. Em causa está uma sentença de 29 de Janeiro, que proibia Juan Guaidó de sair da Venezuela e que não foi acatada em 22 de Fevereiro, data em que o opositor iniciou uma deslocação de vários dias a países da América Latina.

O STJ, que também é composto por elementos afectos ao regime do Presidente Nicolás Maduro, ratificou as medidas contra Juan Guaidó, de proibição de sair do país até terminar a investigação em curso, de alienar bens de sua propriedade e o bloqueio e imobilização de contas bancárias ou qualquer outro instrumento financeiro em território venezuelano.

Guaidó desvalorizou a decisão da Assembleia e apelou a mais protestos em todo o país. "Não há que responder, evidentemente, a um organismo que não existe, perante um organismo que não existe. O nosso dever é responder aos venezuelanos. Não podemos ficar em casa, devemos fazer protestos estratégicos organizados", disse.


Suplementos


Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu