A pacatez da pequena aldeia de Santo Amaro da Boiça está “abalada”, uma vez que, para já, é a única ligação possível à Figueira da Foz, com o desvio do trânsito da A14 (que aluiu ao quilómetro 9, na tarde do passado sábado). Os moradores encaram o anormal afluxo com resignação, mas muitos tiveram que alterar as suas “rotinas”. Amável Figueiredo, por exemplo, tem por hábito ir, manhã cedo, apanhar erva para «alimentar os borregos e os outros animais». Ontem, desistiu da tarefa, porque «os carros são muitos e passam rentinhos às pernas, porque a estrada é muito estreita», explicou ao Diário de Coimbra.
No café “Cruzeiro Doce” o dia também amanheceu mais agitado de que o normal. «São mais uns cafezitos que se vendem», dizia Paula Sousa, apesar do movimento ser «maior na estrada do que cá dentro». E essa era a grande preocupação. «As vias são apertadas, há alguma preocupação, principalmente de manhã, na hora da creche, para deixar os miúdos. Foi um castigo», conta, referindo ainda o transtorno que a situação causa às pessoas de idade. «Temos muitos idosos que costumam andar de trotinete e agora é um perigo. Aliás, hoje nem estão a sair tanto com receio do trânsito», sublinhou, adiantando que no dia anterior (domingo) «andaram a avisar a população para deixar a aldeia desimpedida», que é como quem diz, não estacionar na via principal.
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