Fez capa de jornais e revistas um pouco por todo o mundo, e colecciona recordes como nenhum outro, mas poucos sabem que por trás da vida do mítico ‘bombeiro ciclista’ de Leiria está um trajecto de obstáculos que o tornam hoje uma referência para miúdos e graúdos. Nunca conheceu o pai, e numa família com cinco irmãos, fazia-se de tudo para ter comida em cima da mesa. Assim, dos cinco aos 10 anos, Carlos Vieira andou a pedir esmola pela cidade. Descalço. Uma vida dura, de sobrevivência, que lhe valeu até ser detido por duas vezes. O 'crime' que cometia era ir batendo de porta em porta à procura de restos de pão. Na escola estudava pelos livros dos outros meninos. Não havia dinheiro para mais. Por isso, também não foi de estranhar que tenha feito serventia a pedreiro depois da escola. Tinha 15 anos. Mas antes disso, aos 13, comprou a sua primeira bicicleta em segunda mão. Estava longe de imaginar que a compra iria mudar-lhe a vida. Queria ser médico ou padre, mas o destino estava traçado: seria em cima da bicicleta que Carlos Vieira seria feliz.
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