Foi uma reunião única e, no mínimo, confusa. O presidente da Câmara, que havia recebido o pedido de Carlos Tenreiro (do PSD) e de Miguel Babo (independente eleito pelo mesmo partido), para o agendamento de dois pontos na ordem do dia, explicou que tinha recebido uma carta da concelhia local do partido “laranja”, liderada pelo também vereador Ricardo Silva, em que dava conta da retirada de poderes aos dois vereadores. «Cria-nos dificuldade no exercício democrático, saber quem representa quem», disse João Ataíde, que se questiona ainda sobre a «conexão política para a Assembleia Municipal», pedindo por isso, um «código de entendimento».Surpreendido com o documento, Carlos Tenreiro garantiu em reunião de Câmara (e ao nosso Jornal), nunca ter sido «notificado da retirada da confiança política», considerando a situação «um acto de grande cobardia política, por não haver coragem de nos dizer, cara a cara, olhos nos olhos», além de não gostar de ver «tratado publicamente, um assunto que deveria ser interno e nunca foi». Por isso, manifestou «indignação e surpresa» com o documento, sublinhando que, nem ele, nem Miguel Babo «nunca violamos as normas estatutárias do PSD, nem o programa eleitoral» e ao contrário de outros, o que nos traz aqui é um projecto e uma ideia que vamos manter», considerando ser esta «uma forma terrorista e guerrilheira de trabalhar».
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