Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Mais de 157 milhões de pessoas vulneráveis estiveram expostas a ondas de calor em 2017


Quinta, 29 de Novembro de 2018

Mais de 157 milhões de pessoas vulneráveis em todo o mundo, incluindo idosos, estiveram expostas a ondas de calor em 2017, mais 18 milhões face a 2016, revela hoje um estudo, que aponta a Europa como região crítica.

O estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, é o mais recente relatório, de 2018, sobre os efeitos das alterações climáticas na saúde.

Segundo o relatório, citado em comunicado pela publicação científica, a proporção da população vulnerável à exposição do calor, e aos seus efeitos (doença ou morte), está a aumentar no mundo devido ao impacto do aquecimento global no crescente número de idosos e pessoas que vivem nas cidades ou que têm doenças que não são de declaração obrigatória (doenças não infecciosas).

A Europa e o Leste do Mediterrâneo são apontadas como regiões mais 'fragilizadas' pelo calor, comparativamente com África ou o Sudeste Asiático, uma vez que muitos idosos vivem nas cidades.

De acordo com o relatório, em 2017 a exposição ao calor levou a uma perda de 153 mil milhões de horas de trabalho em todo o mundo, mais 62 mil milhões de horas em relação a 2000.

A perda de produtividade verificou-se, sobretudo, na agricultura, concentrando-se na Índia, no Sudeste Asiático, na América do Sul e na África Subsariana.

Em 2017, mais de 157 milhões de pessoas consideradas vulneráveis, com mais de 65 anos, estiveram expostas em todo mundo a ondas de calor, mais 18 milhões face a 2016.

O estudo inclui no grupo de pessoas vulneráveis os idosos (pessoas com mais de 65 anos), os habitantes de cidades, os diabéticos e as pessoas com doenças cardiovasculares ou doenças respiratórias crónicas.

Em consequência do aumento das temperaturas provocado pelas alterações climáticas, este grupo de pessoas está exposto ao 'stress' do calor, que agrava o risco de doenças cardiovasculares ou renais, conclui o relatório.

O documento, que reúne contributos de instituições académicas, agências intergovernamentais e das Nações Unidas, médicos e especialistas de várias áreas científicas, analisa 41 indicadores relacionados com impactos das alterações climáticas e vulnerabilidades, adaptação e planeamento na saúde, acções mitigadoras, finanças e economia e compromissos públicos e políticos.

A lista de indicadores engloba os desastres naturais, a segurança alimentar, o uso de combustíveis 'limpos', o consumo de carne, a poluição do ar e o número de artigos científicos sobre clima e saúde.

Os autores do relatório advertem que o investimento global na adaptação às mudanças climáticas ficou aquém dos compromissos assumidos no acordo climático de Paris, de 2015.


Suplementos


Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu