É um dos poucos mestres vidreiros que ainda sopra vidro e cujas peças produzidas no estúdio que detém no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande, podem ser adquiridas e levadas para casa, perpetuando uma arte secular que pode estar em vias de extinção.
E nem mesmo o neto de nove anos o faz demover desta afirmação. Alfredo Poeiras tinha, mais ou menos, a idade do pequeno Rodrigo quando começou a trabalhar no vidro. Cabia--lhe a responsabilidade de transportar as peças já fabricadas. Tinha 10 anos e trabalhava por turnos. Aos 14, já tinha a categoria profissional. Com 62 anos, é mestre vidreiro e formador e um dos ‘homens do vidro’ mais respeitados na Marinha Grande.
Foi pela mão do tio que chegou à cidade, vindo do Ribatejo, mais concretamente da Vila de Couço, concelho de Coruche. Estava destinado à agricultura, mas a decisão da mãe de se mudar para a Marinha Grande iria mudar a sua vida e transformá-lo na pessoa que hoje olha para trás com orgulho, mas também com alguma tristeza por ver desaparecer a sua “grande paixão”: o vidro artesanal.
“O que mais me custa não é não vender, é não trabalhar”, confessa.