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Human Rights Watch denuncia massacres da República Democrática do Congo


Quinta, 04 de Outubro de 2018
Mais de mil pessoas morreram na sequência de massacres levados a cabo por homens armados na região de Beni, República Democrática do Congo, ao longo dos últimos quatro anos, denunciou hoje a Human Rights Watch. Através de um comunicado, a organização não-governamental com sede em Nova Iorque especifica que no passado dia 22 de Setembro, homens armados mataram 17 pessoas em Beni, aumentando para 235 o número de mortos na zona da cidade, desde o início do ano. Na localidade de Oicha, na mesma região, 16 pessoas, na maior parte crianças, foram raptadas por grupos armados e continuam desaparecidas. A Human Rights Watch (HRW) refere que o gabinete do procurador do Tribunal Penal Internacional deve ampliar as investigações na República Democrática do Congo e em especial os ataques que ocorreram em Beni na passada terça-feira. Para a HRW, a missão de manutenção de paz das Nações Unidas no país (MONUSCO) deve empenhar-se mais no apuramento dos factos sobre os responsáveis pela violência e proteger os civis. “Os crimes brutais contra os habitantes de Beni só vão terminar quando os responsáveis sejam levados perante a justiça”, disse Ida Sawyer, vice-directora da HRW para África. “As autoridades (da República Democrática do Congo) não têm credibilidade para investigar estas atrocidades. O Tribunal Penal Internacional deve proceder a investigações no sentido da realização de eventuais julgamentos”, disse. De acordo com o relatório “Kivu Security Tracker” - um projecto conjunto entre a HRW e o Congo Reaseach Group - pelo menos 235 pessoas morreram em mais de uma centena de ataques em Beni, entre os meses de Janeiro e Setembro. Muitas das vítimas foram atacadas com machados e catanas ou abatidas a tiro. Segundo o mesmo documento, mais de 165 civis foram raptados e continuam desaparecidos. Os ataques contra civis estão a prejudicar os esforços sanitários no quadro do combate ao vírus Ébola que fez mais de 70 mortos desde Agosto. O risco de contágio continua elevado sendo que as equipas médicas não têm acesso às zonas afectadas pelo vírus devido à situação de segurança, incluindo nas zonas de fronteira com o Uganda. A HRW indica que visitou o território de Beni sete vezes nos últimos quatro anos e entrevistou mais de 200 testemunhas e vítimas dos ataques contra civis, assim como registou depoimentos das Forças Armadas, elementos da administração e membros das Nações Unidas no país. O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu na quarta-feira o fim das hostilidades no nordeste da República Democrática do Congo para facilitar o trabalho das equipas sanitárias na luta contra o vírus Ébola. Os 15 países reunidos no conselho, em Nova Iorque, pediram ajuda à Organização Mundial de Saúde e às autoridades locais para que sejam criadas condições de segurança. O nordeste do país é afectado há vários anos por confrontos entre dezenas de grupos armados, apesar da presença do Exército e da missão das Nações Unidas.

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