Júlio Pereira não foi criado pela mãe mas por uma madrinha, que não tinha a quem o deixar durante o dia. Na década de 50 do século passado, andar pelas ruas seria a única alternativa também para Miguel Batista e para João Redondo, antes de terem idade para ir para a escola. Os três passaram o período que hoje se designaria de pré-escolar no Patronato Masculino de Santo António, obra de beneficência da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Coimbra, destinada a filhos dos irmãos mais pobres da Ordem e não só. Ali faziam as refeições, ajudavam à missa e aprendiam as primeiras letras e história de Portugal, como ontem recordaram num encontro sob o mote “Partilhas e Memórias do Apoio à Infância em Coimbra”.
Miguel Baptista, que fez o Ultramar e foi emigrante, hoje com 70 anos, reconheceu-se numa foto de grupo publicada no Verão no Diário de Coimbra, numa notícia em que a Ordem Terceira apelava precisamente aos que por ali passaram que partilhassem registos e memórias. «Na fotografia, estão pessoas que chegaram longe na vida, mas quando estamos juntos ainda falamos a mesma linguagem, não há professores, doutores ou engenheiros», contou ontem, numa sessão que teve lugar na Casa de Infância Doutor Elysio de Moura.
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