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Portugal vai acolher 10 dos 58 migrantes que estão no navio Aquarius


Terça, 25 de Setembro de 2018
Portugal vai acolher 10 dos 58 migrantes que estão no navio de salvamento Aquarius, após ter chegado a um acordo com Espanha e França, anunciou hoje o Ministério da Administração Interna (MAI). “Portugal acordou com Espanha e França, no quadro da resposta solidária ao fluxo de migrantes que procuram chegar à Europa através do Mediterrâneo, acolher 10 das 58 pessoas que se encontram no navio Aquarius”, refere o MAI, em comunicado. O MAI adianta que “Portugal continua a defender uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder a este desafio migratório mas, por razões humanitárias e face à situação de emergência em que se encontram estas pessoas, manifesta mais uma vez a sua disponibilidade para, solidariamente e de forma concertada com Espanha e França, acolher parte do grupo de migrantes”. O navio tinha pedido na segunda-feira às autoridades francesas que autorizassem a entrada no porto de Marselha e o desembarque, excepcional e por razões humanitárias, das 58 pessoas que levam a bordo. O pedido foi feito pelo director de operações da SOS Méditerranée, Frédéric Penard, após a decisão do Panamá de retirar o pavilhão ao navio. Penard recordou que se encontram no Aquarius 58 pessoas resgatadas, entre as quais 17 mulheres, uma delas grávida. A maior parte serão cidadãos líbios que fogem aos violentos combates entre milícias que têm sido travados em Trípoli, no mais sangrento conflito desde o início da guerra civil em 2014, disse à agência Efe, Aloys Vimard, porta-voz da ONG Médicos Sem Fronteiras, co-responsável do Aquarius. Este é único navio de resgate civil actualmente a operar no Mediterrâneo central, considerada a rota migratória mais letal do mundo. Vimard denunciou que os obstáculos políticos, económicos e jurídicos ao trabalho das ONG no Mediterrâneo se multiplicaram nos últimos meses e salientou que “a guarda costeira da Líbia não está preparada” nem tem “capacidade para fazer este trabalho”. Nos últimos meses, os navios de resgate civis foram forçados a retirar-se da chamada "rota central", acossados pela Guarda Costeira da Líbia e pelas pressões da União Europeia e do Governo italiano.

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