O município de Arouca viu aprovada, por unanimidade, na Assembleia-geral dos 140 geoparques da UNESCO, a sua proposta de que essas estruturas doassem património ao recém-destruído Museu Nacional, no Rio de Janeiro, revelou, ontem, a autarquia portuguesa.
A medida partiu da Associação do Geoparque de Arouca, cuja presidência cabe por inerência ao respectivo município, e foi aprovada em Itália no encontro da Rede Global de Geoparques (GGN, na sigla original), que reúne os responsáveis pela gestão dos diferentes territórios classificados como de interesse geológico mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).
“Com esta iniciativa, pretendemos dar um sinal de solidariedade e inteiro apoio ao Brasil, por parte quer de Arouca, quer da GGN enquanto organismo internacional parceiro da UNESCO”, declarou à Lusa a presidente da autarquia e do geoparque locais, Margarida Belém.
“Para nós, portugueses, o Brasil é um país-irmão que tem ainda a particularidade de acolher uma grande comunidade arouquense, pelo que este é um gesto simbólico para ajudar a reerguer um museu ímpar no mundo”, acrescenta a responsável, a propósito do equipamento com 200 anos que no passado dia 2 viu destruído num incêndio a maior parte de um acervo com cerca de 20 milhões de itens.
A proposta de Arouca parte do reconhecimento de que os 140 geoparques da UNESCO são detentores de “peças e bens excepcionais”, pelo que representam um “património geológico ilustrativo da história do planeta” e se encontram, por isso, numa situação privilegiada para ajudar à reconstituição do Museu Nacional.
O objectivo da medida agora aprovada é que cada um dos geoparques da rede ceda pelo menos uma peça do seu espólio à instituição brasileira, ajudando, assim, a constituir novas colecções de departamentos como os de Geologia, Botânica, Entomologia, Paleontologia e Antropologia.
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