Os produtores de leite manifestaram o seu estado de “desânimo, angústia e revolta” quanto ao futuro, considerando as crescentes dificuldades económicas de uma actividade que sentem ser desvalorizada e faz da sua vida “uma prisão”.
“Ninguém dá valor ao que a gente passa”, desabafa António Valente, que nas suas duas explorações de leite e carne, no concelho de Ovar, alimenta 115 animais.
“Levantamo-nos todos os dias às seis da manhã, trabalhamos sete dias por semana, não tiramos uma folga e agora ainda metemos dinheiro nosso para cobrir as despesas. Temos uma vida que é uma prisão e, no final do mês, não há rendimento nenhum que faça isto valer a pena”, afirma.
Agostinho Lopes tem 70 animais e reconhece que não é fácil encontrar soluções que permitam pagar aos produtores nacionais um preço que, sendo justo para com os seus custos, não se revele demasiado pesado para o consumidor final, mas defende, no mínimo, igualdade de critérios.
“Se estamos sempre a importar produto estrangeiro, o Governo podia ao menos fiscalizar em condições o que é importado, porque connosco é de uma exigência extrema, mas depois deixa cá entrar qualquer coisa, sem critério”, afirma.
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