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Tailândia: O dia seguinte, os amigos e o plano da escola para ajudar as crianças da gruta


Quarta, 11 de Julho de 2018
Arthittaya Kunadoi, umas das amigas de escola de seis das crianças resgatadas da gruta na Tailândia, disse hoje à Lusa que está ansiosa por lhes “dar um abraço” e “conforto” quando regressarem, recuperados e de boa saúde. Com a ajuda de uma colega que fala inglês, a rapariga de 15 anos explicou que o desfecho feliz de terça-feira a deixou “muito contente e agradecida”, depois de dias de incerteza quanto à sobrevivência dos amigos. Arthittaya Kunadoi é uma das estudantes na Maesaiprasitsart School, que tem 2.827 alunos, e falou como 'porta-voz' do grupo de amigos. Dois deles, “tomaram notas durante as aulas, só para serem entregues a eles quando voltarem”, frisou, corroborando as palavras de um responsável da escola que disse esta manhã à Lusa estar em preparação um plano de estudos especial para os alunos. “Temos em elaboração um programa especial de recuperação das actividades escolares que ajude esses alunos nos estudos” e “estamos a preparar uma recepção de boas-vindas com a ajuda dos estudantes, dos professores e dos funcionários”, disse Mongkorchai Khochom. “Estou muito feliz pelo desfecho”, mas foi “difícil gerir o interesse e a ansiedade dos alunos” durante os 18 dias que passaram, desde que os colegas ficaram presos numa gruta em Mae Sai, acrescentou o assistente do director. Os estudantes estão a criar cartões com todo o tipo de mensagens de encorajamento para serem entregues aos amigos que deixaram de aparecer na escola desde 23 de Junho e que podem ainda necessitar de tratamento médico mais prolongado, em resultado das extremas condições que viveram no interior do complexo subterrâneo, a quatro quilómetros da entrada da gruta. “É claro que cheguei a pensar que podia não os ver mais, mas tentei concentrar-me apenas em pensamentos positivos”, sublinhou a estudante, Arthittaya Kunadoi. Já o assistente do director, Mongkorchai Khochom, afirmou que “sempre acreditou num final feliz”, confiante no facto de serem atletas, "corajosos, pacientes e obedientes" à liderança do treinador da equipa de futebol (Wild Boars). Na terça-feira à noite, ao terceiro dia das operações de resgate na gruta, o salvamento das 12 crianças e do treinador de futebol suscitou imediatas reacções à escala mundial, com vários líderes internacionais a celebrarem o feito. O grupo ficou preso numa gruta durante 18 dias, metade dos quais sem acesso a água potável e a comida. Os 12 rapazes, entre os 11 e os 16 anos, e o treinador, de 25, foram explorar a gruta depois de um jogo de futebol no dia 23 de Junho. Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só era possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes. Nas operações de socorro participaram 90 mergulhadores, 40 tailandeses e 50 estrangeiros. O local onde os jovens ficaram presos estava localizado a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afectaram a zona, o que obrigou a que parte do percurso tivesse que ser feito debaixo de água e sem visibilidade.

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