Quem nunca ouviu dizer que “há males que vêem por bem”? A lengalenga já é antiga e, pelos vistos, também é certa. A Filarmónica de São Tiago dos Marrazes é a prova viva deste saber popular.
“A filarmónica, tanto quanto sei, foi fundada a 28 de Setembro de 1880, e derivou de umas ‘guerras’ entre duas filarmónicas, ali na Gândara dos Olivais”, explica Luís Granadeiro, presidente da Filarmónica de São Tiago dos Marrazes. Com guerras ou não, a verdade é que um “bom grupo de homens”, de músicos, decidiu, no ano de 1880, dedicar-se há música e constituir uma banda que morava, e ainda mora (apesar de noutra casa), não muito longe da igreja local.
Foi o gosto pela música e pela felicidade que esta traz que fez nascer a filarmónica e, ainda hoje, é o gosto pelos sons harmoniosos que levam a banda em frente.
No início, a Filarmónica de S. Tiago dos Marrazes era território de homens, só para “homens que gostassem de vinho”, lembra, brincando, Emília Correia, música no grupo.
Emília Correia conhece a banda de há muitos anos, cerca de 40, e ainda se lembra de como foram os princípios com o grupo, numa altura em que ela, ainda jovem, foi a primeira mulher a juntar-se há banda. (toda reportagem num Especial nesta edição)