Arte da imobilidade dá movimento a Espinho

A tarde chuvosa e cinzenta não impediu a passagem de centenas de pessoas pelo centro de Espinho, onde se concentraram, ontem, mais de 40 estátuas vivas. A arte da imobilidade captava facilmente a atenção, até tendo em conta o modo como os artistas se apresentavam, caracterizados a rigor e com indumentárias bem representativas das suas personagens. Entre eles, Manuel Baptista, de Fiães (Santa Maria da Feira), participante na iniciativa há 14 anos. “Esta é uma vertente do teatro, actividade de que sempre gostei”, contou, ao Diário de Aveiro, o homem de 71 anos, que, ontem, vestia a pele de um artesão, mas já se apresentou como sapateiro, narrador, homem do campo, turista ou leitor. Habituado a estar parado, Manuel Baptista, que costuma ser estátua viva na Ribeira do Porto, conta, em tom de brincadeira, que o faz “para combater a criminalidade”. “Se estou quieto, não posso estar a fazer asneiras”, diz o reformado, que já chegou a estar 16 horas imobilizado.