De apaixonada pela Ria a proprietária de uma bateira

O nome de “Menina da Ria” foi-lhe atribuído por aqueles com quem tem tido a oportunidade de privar nas várias investigações, trabalhos de campo e intervenções em torno desse te­ma que lhe é tão caro: a laguna aveirense. Uma alcunha que não desagradou a Etelvina Almeida. Muito pelo contrário. Quando chegou a altura de dar um nome à sua “bateirinha” não lhe restaram grandes dúvidas: a pequenina embarcação, que foi lançada à água no passado mês de Maio, na Murtosa, foi baptizada de “Menina da Ria”. Mais do que uma apaixonada pela laguna, Etelvina Almeida é uma verdadeira defensora – e embaixadora – das embarcações tradicionais da laguna. E a sua vontade de as preservar parece estar longe de terminar. Nascida num meio rural, “a uns escassos quilómetros da cidade de Aveiro, não muito longe do mar e da Ria”, Etelvina Almeida, actualmente com 49 anos, não tardou muito a render-se à beleza do espelho da água da sua região. “A minha maior satisfação era a de poder ver todos os dias a Ria, de estar perto da água e dos barcos, nos canais da cidade, e das salinas ao redor. Fascinava-me o ambiente lagunar”, confessa. Memórias às quais junta, também, essa muito especial: “Foi na Ria, na Costa Nova, que o meu pai me ensinou a nadar”. Aos 20 anos, a relação de Etelvina com a laguna intensificou-se. Navegava, “pela primeira vez, nesses grandes barcos da Ria”, a propósito dos passeios anuais que eram organizados pelo Centro Cultural e Desportivo da Fábrica da Renault de Cacia, onde Etelvina Almeida trabalhou durante alguns anos. A bordo de “barcos mercantéis ou saleiros, entre Aveiro e S. Jacinto, passando pelas salinas, para depois acabar a piquenicar na ‘Casa Abrigo’”, evoca.