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Venezuela: Bispos querem eleições presidenciais no último trimestre de 2018


Terça, 15 de Maio de 2018
Os bispos católicos venezuelanos pediram na segunda-feira ao Governo do Presidente Nicolás Maduro para adiar as eleições presidenciais para o último trimestre deste ano. De acordo com a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), as eleições presidenciais antecipadas, previstas para 20 de maio, carecem de legitimidade "perante a magnitude dos problemas humanos" e "longe de trazerem uma solução para a crise que vive o país, podem agravar a situação e levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes". "Por isso, é urgente que sejam adiadas para o último trimestre do ano", acrescentou o comunicado. Segundo a CEV, as eleições, como estão projectadas, carecem das garantias suficientes de um processo eleitoral livre, confiável, transparente e registam vários impedimentos legais ou desqualificações de possíveis candidatos. "Fazemos esta petição pelo bem do país (...) Não se pode privilegiar os interesses de pequenos grupos políticos perante o interesse da grande maioria da população venezuelana (...). Pedimos publicamente o adiamento destas eleições para o último trimestre do ano", segundo a nota. Os bispos consideraram que "a democracia e os seus valores aperfeiçoam-se, se as condições de convivência, de desenvolvimento e de experiência do bem comum favorecerem todo o povo". No documento, a CEV começou por explicar que os venezuelanos entram, todos os dias, "numa espiral de conflitos que tem raízes na crise generalizada que existe no país e que afecta poderosamente as pessoas e famílias mais vulneráveis", estudantes, profissionais e as instituições em geral. "Esta realidade não tem sido atendida nem pelo Governo nacional, nem pelos governos regionais", levando a uma "crescente deterioração que sofre o povo", sublinhou. "Uma consequência directa disto é a indiferença perante uma campanha eleitoral que não tem tido emoções, nem um projecto de país, nem um número considerável de seguidores", adiantou. Para os bispos venezuelanos, "lá no fundo, o povo entende que a convocatória destas eleições foi feita com tanta antecipação por favorecer interesses políticos", destacando também a ilegalidade da instituição que convocou o escrutínio, a Assembleia Constituinte.

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