Um oceano separa um grupo de emigrantes na Venezuela de Fátima. Há cinco anos que se juntam para fazer a peregrinação de Maio a pé. Voltaram este ano, e com um pedido especial a Nossa Senhora de Fátima: acabar com a crise económica e social que se vive na Venezuela.
“Está muito complicado. É uma crise muito grande, e nós vimos pedir para ver se muda alguma. Se as pessoas conseguem melhorar a sua vida naquele país”, conta Martinho Rodrigues Tavares.
Tinha 14 anos quando foi para a Venezuela para “fugir da guerra em África”. Hoje, com 53 anos, ligado à indústria de ferragens, está a caminho de Fátima, a pé, integrado num grupo de 13 pessoas, emigrantes na Venezuela, que todos os anos tiram férias em Maio para peregrinar até à Cova da Iria.
São de Vouzela, distrito de Viseu, de onde partiram no passado fim-de-semana. Encontrámo-los em Saramago, na freguesia de Caranguejeira, concelho de Leiria, local de paragem quase obrigatória para quem vai a pé a Fátima, e um momento de oração junto da imagem de Nossa Senhora, que se encontra junto à estrada.
Foi naquele lugar que também encontrámos um grupo de 410 pessoas de Amarante, distrito do Porto. Dois grupos tão diferentes e distintos entre si, que demonstram a variedade das razões e motivações que levam milhares de pessoas a percorrer centenas de quilómetros a pé até Fátima.
