Consciente de que as colectividades musicais de expressão local dinamizam o espaço público, asseguram a transmissão de conhecimentos necessários à prática musical e geram experiências que persistem depois na memória colectiva, uma equipa do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA), da Universidade de Aveiro (UA), debruça-se sobre elas na investigação “A nossa música, o nosso mundo: as bandas filarmónicas, associações musicais e colectividades locais (1880-2018)”.
O objecto deste estudo de âmbito nacional é o “saber-fazer musical que é voluntariamente tecido em associações/colectividades musicais”. O estudo tem como enfoque privilegiado as bandas filarmónicas, mas também outras colectividades como ranchos folclóricos e coros, “instituições que, apesar de terem uma grande participação na vida dos portugueses ao longo de séculos, só desde o virar do século têm conquistado um continuado interesse académico”, constata a equipa de investigação na sinopse do projecto.
A inexistência de estudos anteriores “deve-se à persistência nos estudos musicológicos em Portugal de um paradigma essencialista da cultura que rejeita as práticas que se encontram entre os dois pólos – elites artístico-culturais e o ‘povo’ – e da violência simbólica de uma cultura dominante e saber académico que tem desclassificado práticas de entre-lugares”, escreve-se ainda na sinopse.
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