A segunda banda filarmónica mais antiga do concelho de Leiria - comemora este ano 145 anos - já passou por guerras mundiais e correntes de emigração, altura em que o número de músicos baixou consideravelmente. Nada que perturbasse a actividade de um grupo que se diz unido pela música e cujo espírito de banda passa de geração em geração.
É o caso de Carlos Lopes, trompetista da banda desde os 10 anos e actual membro da direcção da SAMP. O avô fez parte da banda, seguiu-se o pai – que ainda hoje faz parte da formação com 77 anos (é o elemento mais velho) -, pelo que Carlos Lopes seguiu a paixão de família. “Foi uma paixão que ficou. Vir para aqui às sexta-feiras faz parte das nossas vidas. Precisamos de estar tão focados que esquecemos tudo o resto”, disse, acrescentando que o “espírito da banda mantém-se desde a sua fundação”.
“Passar tantas horas juntos permite criar laços que ficam para a vida. Tive a sorte de poder tocar com o meu pai e com os meus quatro sobrinhos na banda. Isso cria sentimentos que não se explicam”, contou Carlos Lopes.
Para além de unir gerações, a Banda Filarmónica tem a particularidade de 'colher frutos' da Escola de Artes da SAMP. Uma escola onde todos podem entrar independentemente do conhecimento musical. “Toda a gente pode entrar na banda. Tivemos um senhor que entrou como aprendiz aos 65 anos e ainda está na banda, assim como uma criança que entrou aos seis anos e ainda está connosco. Essencialmente é preciso ter vontade de aprender e de tocar”, vincou o responsável