Em 1998, um miúdo de Aveiro rumou a Lisboa em busca de cumprir o sonho de ser actor, que começara a germinar num palco fértil junto ao Canal de S. Roque, o CETA - Círculo Experimental de Teatro de Aveiro. Os anos passaram e esse miúdo foi crescendo com os papéis que foi desempenhando, sobretudo em teatro, mas também em televisão, e com os sonhos que nunca o abandonaram. Sonhos esses que, mesmo com o prémio de melhor actor de teatro que lhe foi atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), na semana passada, não se prevê que desapareçam do imaginário de Romeu Costa. Aos 38 anos, o actor aveirense continua envolvido em vários projectos e está longe de deixar de sonhar. Em conversa com o nosso jornal, revela, por exemplo, o sonho de que os actores tenham condições de trabalho dignas. Ou que o país deixe de olhar apenas para Lisboa na hora de perceber o que é preciso para aproximar a sociedade da cultura. Ou seja, Romeu Costa continua a sonhar alto. Tão alto como aquele miúdo que, em 1998, foi prestar provas ao Conservatório de Lisboa e que, na semana passada, recebeu o prémio mais importante da sua carreira até ao momento, pelo papel de Liam, na peça “Órfãos”, encenada por Tiago Guedes.
Diário de Aveiro: Acaba de vencer o prémio de melhor actor de Teatro da SPA. Qual a importância que atribui a esta distinção?
Romeu Costa: Atribuo uma importância enorme. Fico muito agradecido por esta distinção, no meio de tantas pessoas que fazem teatro e que se preocupam em fazer bem o seu trabalho. Fico muito comovido por este júri me ter distinguido no meio destas pessoas todas. É um trabalho que, às vezes, é tão subjectivo, solitário e cheio de dúvidas e este prémio acaba por ser uma valorização das escolhas feitas durante o processo criativo e mostra que elas foram mais ou menos acertadas.
É o prémio mais importante que já recebeu?
(hesita) Sim, este é o prémio mais importante que já recebi de terceiros. De pessoas que não conheço e que me distinguem, como a SPA, uma instituição tão grande e antiga, torna-o importante. É claro que, diariamente, o reconhecimento mais próximo que recebo das pessoas também é muito significativo. As pessoas que vão ver um espectáculo e se manifestam satisfeitas com o meu trabalho, isso também é um prémio. E não é por ter recebido este da SPA, numa gala, que deixo de dar valor aos gestos mais pequenos, porque eles também são muito significativos.
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