Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Adriano Callé Lucas

“A cultura é um dos principais veículos para nos colocar a pensar”


Adérito Esteves (texto) e Paulo Ramos (foto) Segunda, 26 de Março de 2018
Em 1998, um miúdo de Aveiro rumou a Lisboa em busca de cumprir o sonho de ser actor, que começara a germinar num palco fértil junto ao Canal de S. Roque, o CETA - Círculo Experimental de Teatro de Aveiro. Os anos passaram e esse miúdo foi crescendo com os papéis que foi desempenhando, sobretudo em teatro, mas também em televisão, e com os sonhos que nunca o abandonaram. Sonhos esses que, mesmo com o prémio de melhor actor de teatro que lhe foi atribuído pela Socie­dade Portuguesa de Auto­res (SPA), na semana passada, não se prevê que desapareçam do imaginário de Romeu Costa. Aos 38 anos, o actor aveirense continua envolvido em vários projectos e está longe de deixar de sonhar. Em conversa com o nosso jor­nal, revela, por exemplo, o so­nho de que os actores tenham condições de trabalho dignas. Ou que o país deixe de olhar apenas para Lisboa na hora de perceber o que é preciso para aproximar a sociedade da cultura. Ou seja, Romeu Costa continua a sonhar alto. Tão alto como aquele miú­do que, em 1998, foi prestar pro­vas ao Conservatório de Lis­boa e que, na semana passa­da, recebeu o prémio mais importante da sua carreira até ao momento, pelo papel de Liam, na peça “Órfãos”, encenada por Tiago Guedes. Diário de Aveiro: Acaba de vencer o prémio de melhor actor de Teatro da SPA. Qual a importância que atribui a esta distinção? Romeu Costa: Atribuo uma importância enorme. Fico mui­to agradecido por esta distinção, no meio de tantas pessoas que fazem teatro e que se preocupam em fazer bem o seu trabalho. Fico muito comovido por este júri me ter distinguido no meio destas pessoas todas. É um trabalho que, às vezes, é tão subjectivo, solitário e cheio de dúvidas e este prémio acaba por ser uma valorização das escolhas feitas durante o proces­so criativo e mostra que elas foram mais ou menos acertadas. É o prémio mais importante que já recebeu? (hesita) Sim, este é o prémio mais importante que já recebi de terceiros. De pessoas que não conheço e que me distinguem, como a SPA, uma insti­tui­ção tão grande e antiga, tor­na-o importante. É claro que, diariamente, o reconhecimento mais próximo que recebo das pessoas também é muito significativo. As pessoas que vão ver um espectáculo e se mani­fes­tam satisfeitas com o meu trabalho, isso também é um prémio. E não é por ter recebido este da SPA, numa gala, que deixo de dar valor aos gestos mais pequenos, porque eles também são muito significativos.
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