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Calvão “experimentou as venturas amáveis de múltiplos sucessos”


Quinta, 22 de Março de 2018
«O pior na vida é ter pela frente um combate sem tréguas com sonhos mortos ou com desejos arrefecidos ou amolentados. Nunca isso aconteceu com João Calvão da Silva. Experimentou as venturas amáveis de múltiplos sucessos. Sucesso como bemquisto professor, com um conjunto de predicados que especialmente o recomendavam para essa missão. Sucesso como profícuo jurisconsulto e parecerista engenhoso. Sucesso como muito pretendido juiz árbitro. Sucesso como administrador nas diversas incursões que fez ao universo empresarial». As palavras são de Rui de Figueiredo Marcos, director da Faculdade de Direito de Coimbra, e foram proferidas ontem durante as cerimónias fúnebres de João Calvão da Silva, professor catedrático daquela faculdade e antigo governante. Um rico e preenchido percurso de vida que terminou, anteontem, aos 66 anos, na sequência de doença oncológica. A capela da Universidade de Coimbra foi manifestamente pequena para acolher todos os que quiseram prestar-lhe uma derradeira homenagem. O antigo Presidente da República Cavaco Silva (Marcelo Rebelo de Sousa estivera na véspera no velório), o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, a antiga ministra e líder do PSD Manuela Ferreira Leite, bem como os antigos ministros Luís Marques Mendes e Dias Loureiro ou o presidente da Câmara de Coimbra Manuel Machado eram apenas algumas das diversas individualidades presentes no Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra, junto à “velha” Torre que acolheu Calvão da Silva na década de 70 e não mais o deixou partir.
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