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Associação ambientalista Zero planta mil sobreiros no Pinhal de Leiria no domingo


Foto: Luís Filipe Coito Sexta, 26 de Janeiro de 2018

A associação ambientalista Zero anunciou hoje que vai plantar no domingo mil sobreiros no Pinhal de Leiria, grande parte do qual foi destruído por um incêndio em Outubro. “Trata-se de uma acção conjunta com a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural e com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, entidade que gere as matas nacionais, que assegurará a manutenção das árvores no local nos próximos anos, incluindo a substituição dos sobreiros que não sobreviverem”, adianta a Zero numa informação enviada à Lusa.

Na iniciativa, que começa às 10h00 junto à escola secundária José Loureiro Botas, em Vieira de Leiria, Marinha Grande, é esperado o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas.
“A Zero quer iniciar um trabalho na protecção da floresta autóctone e na reflorestação de áreas ardidas, pelo que decidimos convocar os nossos associados para participarem nesta acção simbólica em memória das vítimas dos incêndios de 2017”, justificou o dirigente Paulo Lucas.
Em 15 de Outubro, um incêndio destruiu cerca de 80% da Mata Nacional de Leiria, também conhecida por Pinhal de Leiria e Pinhal do Rei. Propriedade do Estado, tem 11.062 hectares e ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande. A principal espécie é o pinheiro bravo.
Na mesma informação e no momento em que se multiplicam iniciativas de arborização com espécies autóctones por todo o país, a associação aponta “um conjunto de recomendações de boas práticas para que se garanta a sustentabilidade dos investimentos a realizar”.
“Em primeiro lugar, a Zero aconselha aos cidadãos e às entidades financiadoras que verifiquem se existem compromissos/garantias de que as árvores e arbustos plantados são monitorizados e mantidos nos anos seguintes, já que, por norma, a mortalidade neste tipo de plantações é muito elevada nos primeiros anos, obrigando a substituir muitas árvores que não sobrevivem”, refere.
Por outro lado, a associação nota que “em quase todas as áreas é necessário prever que, nos primeiros anos, a vegetação arbustiva é controlada periodicamente através de métodos que não impliquem a mobilização do solo”, para reduzir a competição e para prevenir a propagação de eventuais incêndios.
“Para a realização deste tipo de trabalhos aconselha-se o estabelecimento de parcerias com organizações de produtores locais que tenham a seu cargo equipas de sapadores, por forma a garantir que as tarefas são executadas com qualidade e se promove o emprego no meio rural”, sugere ainda a Zero.
A associação exige também “transparência na apresentação dos resultados e na disponibilização da informação relevante para que esta fique facilmente acessível a todos, indicando os locais onde foram plantadas as árvores e as monitorizações que vão sendo efectuadas, para que estes investimentos sejam credíveis perante a opinião pública e produzam os efeitos desejados nas décadas seguintes”.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu um novo Pinhal de Leiria, constituído por pinheiros e outras árvores, tendo plantado simbolicamente um sobreiro como exemplo da diversidade de espécies arbóreas que o Governo pretende ver no local.
"Não quer dizer que o pinhal não vá ser pinhal. O pinhal vai ser pinhal e só é pinhal se tiver pinheiro. Mas, para nós termos um bom pinhal e um bom pinheiro que seja, também ele, resistente ao fogo, é preciso que este pinhal não seja só de pinheiro e tenha a boa composição e o bom ordenamento que ajude à sua resistência", disse António Costa, na Marinha Grande, na sessão de apresentação da Estratégia de Recuperação do Pinhal do Rei.


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