Três jovens médicas portuguesas estiveram em Timor-Leste, entre Julho e Setembro do ano passado. Aprenderam a cuidar dos mais frágeis quase sem meios e plantaram sementes para a prestação de melhores cuidados de saúde.
Margarida Oliveira, natural de Arouca, Andreia Fernandes, de Barcelos, e Patrícia Rosa, de Braga, deram vida à missão “Cuidar em Timor”, edificada com os apoios dos clubes rotários das três localidades.
O que mais as impressionou? O facto de Laleia – assim se chama a terra timorense onde prestaram serviço – até contar com um centro de saúde e com profissionais de saúde voluntariosos, mas carecer de medicamentos e do mais que permite prevenir a doença ou combatê-la.
“Não havia termómetros nem gleucómetros”, salientou Margarida, com Andreia a acrescentar que os testes para a urina “estavam fora do prazo de validade e eles não os sabiam usar”.
As médicas lusas ensinaram os profissionais locais a ler raio-x e utilizaram os materiais médicos que, com o apoio do Rotary Club de Arouca e vencida a máquina burocrática, foi possível levar para o Centro de Saúde de Laleia.
Lamentaram especialmente a falta de meios – “não pudemos alterar os meios de diagnóstico porque eles não têm nada” – para combater doenças como a tuberculose endémica, que está “sub-diagnosticada”, e como um surto de sarna, que era tratado com recurso a uma toalha pequena, sabão, hidratante e com o ensino de hábitos de higiene.
Sublinharam que Díli, a capital de Timor-Leste, concentra os melhores meios de saúde existentes no país. É nessa cidade que existem as clínicas privadas que tratam os mais favorecidos e os estrangeiros e à quais o povo humilde não tem acesso.
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