Três meses depois do incêndio que destruiu cerca de 80% da Mata Nacional de Leiria, ainda se chora a morte do pinhal que era a “fortuna” do concelho da Marinha Grande.
“É uma escuridão”, afirma Luís Rego, de 75 anos, residente em Vieira de Leiria, zona que o pinhal cercava e o fogo cercou naquele final de dia, a 15 de Outubro, obrigando à evacuação parcial da sede de freguesia e à evacuação da Praia da Vieira.
Às primeiras palavras sobre o Pinhal de Leiria - mandado semear pelo ‘rei lavrador’, D. Dinis (rei entre 1279 e 1325), há cerca de 700 anos - a emoção toma conta deste “filho da Vieira”, habituado a ver um horizonte que “estava tão bonito”, mas sobre o qual sobram agora interrogações.
“O que é que vão fazer ao pinhal?”, pergunta Luís Rego, enquanto seca uma lágrima, revelando um sentimento de que esta perda, mais do que colectiva, é mesmo pessoal.