Um deputado reformista iraniano disse hoje que cerca de 3.700 pessoas foram detidas durante os vários dias de protestos e de confrontos das últimas duas semanas no Irão, um número significativamente superior ao oficial.
Os protestos, destinados a denunciar o elevado índice de desemprego e a corrupção, foram os mais importantes vistos no Irão desde as disputadas eleições presidenciais de 2009, tendo alguns manifestantes apelado à queda do Governo.
Os confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes provocaram pelo menos 21 mortos. O sítio oficial do parlamento iraniano (icana.ir) cita Mahmoud Sadeghi, eleito por Teerão, a afirmar que foram várias as forças de segurança e os serviços secretos que prenderam as pessoas, tornando difícil determinar o número exacto de detidos, mas, mesmo assim, avançou com os cerca de 3.700, sem indicar onde obteve a informação.
Anteriormente, as autoridades referiram centenas de detidos só em Teerão, mas não avançaram com um número total, tendo em conta que os protestos se espalharam por várias localidades no Irão, incluindo nas zonas rurais do país.
O ministro do Interior iraniano, Abdolreza Rahmani Fazli, indicou que as manifestações e os protestos da semana passada envolveram cerca de 42.000 pessoas.
A confirmarem-se os números de Fazli e de Sadeghi, quase 10% dos manifestantes teriam sido detidos.
As autoridades iranianas adiantaram hoje que o número de acções de protesto está a diminuir. Nos últimos dias, os apoiantes do Governo realizaram várias manifestações de apoio em todo o país para também protestar contra os que contestam o executivo e contra a violência. Os Estados Unidos e Israel manifestaram o apoio aos contestatários do regime de Teerão, protestos que começaram a 28 de Dezembro último na segunda maior cidade do país, Mashhad, mas negaram as acusações do Governo iraniano de que estariam a fomentá-los.
