A logística não será das mais fáceis - é preciso carregar dezenas de instrumentos para uma carrinha, descarregá-los e trazê-los de volta -, mas como a causa é nobre não há cansaço que resista. A escola de artes Palco Central prepara-se para começar a levar o ensino da percussão para algumas instituições que trabalham com crianças e jovens mais carenciados. O objectivo? Proporcionar-lhes experiências que vão muito para além da aprendizagem musical propriamente dita. O projecto deverá iniciar-se já no próximo mês, numa instituição do município de Ílhavo, e resulta dessa convicção de que “a arte ajuda a construir outras perspectivas”.
“Acreditamos que a arte transforma e ajuda as pessoas a conquistarem maior confiança, auto-estima; é algo que vai ajudar a construir um ser humano feliz e realizado”, começa por referir Kelly Varella, uma das responsáveis pela escola sediada em São Bernardo. A esta convicção juntou-se, também, o gosto de ajudar a comunidade, dar um contributo para “melhorar o mundo”. E assim nasceu a ideia de avançar com um projecto de aulas de percussão junto de crianças carenciadas. Por ora, a acção vai chegar ao CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), mas os responsáveis pela escola estão já em conversações com outras instituições que trabalham com crianças e jovens.
Segundo garantem os directores da Palco Central, as aulas não vão ter qualquer tipo de encargos para os alunos e respectivas instituições. “É uma forma de nós agradecermos à cidade e à região, de colaborarmos para um mundo melhor”, frisa Rafael Campanile, justificando a escolha pelos instrumentos de percussão por força das inúmeras possibilidades que eles oferecem. “A percussão tem essa coisa de permitir um grande grupo, com impacto social, e tem um ritmo contagiante, alegre, vibrante”, fundamenta.
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