Assumiu-se, perante o Tribunal de Coimbra, como uma «curandeira à antiga que trabalha com chás e rezas». Bruxa é coisa que garante não ser, até porque, sublinhou mais de uma vez, «se adivinhasse coisas estava rica e não estava ali». Sentada no banco dos réus responde pela prática de um crime de abuso de confiança e outro de branqueamento. Aceitou falar sobre os factos constantes da acusação logo começando por dizer que havia lá coisas que eram verdade, outras não. Falou durante mais de duas horas. Uma vezes de dedo em riste, outras quase falando por cima dos juízes mas também se emocionou e chorou. «Eu não faço mal a ninguém», assumiu.
Em suma, confirmou que foi contactada por um taxista para ajudar uma senhora com cerca de 60 anos e o seu irmão, um pouco mais velho, residentes em Cantanhede.?Ela tinha doenças que a curandeira conseguia aliviar e passaram a morar em sua casa. Em pouco tempo, era a curandeira quem geria a conta bancária do irmão. Tinha uma procuração de ambos com poderes diversos e acompanhou ambos quando foram registar um testamento em que faziam dela a sua herdeira.
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