Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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“Precisamos de nos sentar no conforto do abraço invisível que é a música”


Adérito Esteves Domingo, 19 de Novembro de 2017
A viagem que será proporcionada por uma nova edição do Sons em Trânsito parte amanhã… com o público sentado ao sofá. Será num ambiente de conversa – nem sempre confortável, porém, desengane-se – que abre a 8.ª edição do Festival de Músicas do Mundo. Com duas visões muito próprias e que sempre fizeram questão de gritar, Pedro Abrunhosa e Luaty Beirão, dois compositores que fazem do activismo o refrão nas suas vidas e nas suas letras, transformam o Teatro Aveirense num espaço de tertúlia que pretende olhar o mundo nos olhos e abordar os problemas da actualidade. O espaço de discussão que terá moderação de João Gobern surge como a grande novidade da edição deste ano e pretende fazer uma “reflexão acerca do activismo político e do papel que a música desempenha nes­se âmbito”. O evento é de “entrada condicionada mediante a apresentação de um bilhete para um dos dias seguintes”, conforme se lê no cartaz, e pretende responder à pergunta “pode uma canção fazer uma revolução?”. Foi precisamente por aí que começámos a entrevista com Pedro Abrunhosa, um cidadão consciente que também escreve canções, na qual se falou mais de revoluções do que de música. Se bem que neste caso é difícil definir a fronteira entre as duas facetas do nosso entrevistado. Diário de Aveiro: Temos de começar por aqui: “pode uma canção fazer uma revolução”? Pedro Abrunhosa: Eu não sei se uma canção pode fazer a revolução, mas aqueles que fazem canções podem fazer revoluções (risos). A revolução no sentido da transformação do rumo de qualquer coisa passa pelos homens e pela sua atitude, independentemente da sua profissão. Evidentemente que os artistas, nesta metáfora da canção, fazem parte desse hábito de mudança. Muitas vezes tem sido atribuído às canções um papel de charneira, co­mo se as canções fossem uma alavanca para que as coisas acontecessem. E não são? Na minha opinião, as canções que são emblemas de grandes movimentos históricos - como o caso da “Maria da Fonte”, cá em Portugal, ou da “Marselhesa” em França, da “Grândola”, evidentemente. São canções que metaforizam mudanças. Não são elas próprias a alavanca, mas acabam por ser um símbolo. Portanto, a todos nós compete esse acto de cidadania de tentar mudar o espaço que nos rodeia.
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