Diário de Coimbra Escolher a relação médico-doente para tema deste congresso é, numa altura de tanta tensão sentida na Saúde, centrar a discussão no que realmente importa no exercício da Medicina?
Miguel Guimarães A essência da Medicina tem por base a relação entre médico e doente e esta relação tem vindo a sofrer várias ameaças. Excessiva burocratização e informatização de processos e procedimentos, sistemas e aplicações disfuncionais, exagerado trabalho administrativo, falta de capital humano, em particular, de médicos, a diminuição do tempo atribuído à relação médico-doente com tempos excessivamente curtos nas consultas, as tarefas sobrepostas e o subfinanciamento crónico do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm condicionado os médicos no exercício da sua profissão, contribuindo para diminuir a segurança clínica e aumentar a síndrome de burnout entre os profissionais de saúde. Para a OM é imperativo definir tempos-padrão de consulta por especialidade adequados às boas práticas médicas, na defesa da qualidade da Medicina e dos cuidados de saúde. É preciso ter tempo para estar com o doente, e contribuir para humanizar a Medicina. As boas práticas da profissão passam pela relação interpessoal com o doente e esse é o foco que nunca se pode perder.
Leia a notícia completa na edição em papel.
