Faltam as palavras no momento de descrever o cenário em Castelo de Paiva, onde é possível percorrer vários quilómetros sem encontrar uma árvore que não tenha ardido na sequência do incêndio do passado domingo. O fogo destruiu a paisagem no concelho, transformando-a num extenso manto cinzento que se estende até às aldeias onde se viveram momentos de aflição com as chamas em seu redor.
Na noite de domingo, Manuel Brandão estava a ajudar um vizinho a salvar a casa quando soube que o fogo estava a chegar perto da sua, em Serradelo, na freguesia de Raiva. Correu até lá, mas já pouco havia a fazer. A oficina, contígua à habitação, estava a arder, e as galinhas e dois dos seus três cães estavam mortos. Manuel conseguiu salvar apenas um antes de, com o auxílio de uma bomba e um gerador, retirar a água da piscina para tentar enfrentar as labaredas.
“O fogo vinha de todos os lados. Eu, o meu filho e um colega tentámos apagá-lo, mas estava incontrolável”, recordou o mecânico, doente de Parkinson, que, para além de ter ficado com a casa inabitável, perdeu a oficina e dez carros que lá se encontravam. Totalmente destruída ficou também uma unidade de serração situada a escassos metros da vivenda.
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