Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Chamas provocam a morte de 35 pessoas, Governo decreta três dias de luto nacional


Segunda, 16 de Outubro de 2017
Os fogos que lavram nas regiões norte e centro do país provocaram a morte de pelo menos 35 pessoas, e feriram mais de 50, algumas com gravidade, levando o Governo a decretar três dias de luto nacional. O último balanço efectuado pela adjunta de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, dava conta de 35 mortos e várias dezenas de feridos. Um pouco por todo o país, as autarquias relataram situações de casas de primeira habitação ameaçadas ou destruídas pelas chamas, o que levou à retirada dos moradores para abrigos seguros. Apesar de ainda não haver um balanço da área ardida, os autarcas têm estimado que grande parte dos seus concelhos tenha sido reduzido a cinzas. No caso do Pinhal de Leiria, por exemplo, o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande falou numa destruição a rondar os 80%. Durante a madrugada, a ministra da Administração Interna e o primeiro-ministro estiveram na sede da ANPC, em Carnaxide, Oeiras, a acompanhar a situação. À saída, António Costa anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios. Entretanto, e depois de ser anunciado que o chefe de Governo se iria dirigir ao país a partir das 20:00, desde a residência oficial em São Bento, Lisboa, o executivo aprovou, em Conselho de Ministros extraordinário, o decreto que declara luto nacional nos dias de terça-feira, quarta-feira e quinta-feira como forma de pesar e solidariedade pelas vítimas dos incêndios. Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu à situação ao início da tarde, pedindo uma acção urgente face aos incêndios. O chefe de Estado prometeu também falar ao país após a estabilização dos fogos e deslocar-se aos concelhos afectados. Entretanto, ao final da tarde, Bruxelas anunciou que Itália respondeu ao pedido de ajuda das autoridades nacionais, estando a caminho de Portugal aeronaves de combate a incêndios disponibilizadas por aquele país. Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos. Em termos internacionais, o Rei de Espanha, Felipe VI, transmitiu todo o seu "apoio e solidariedade" devido aos graves incêndios em Portugal, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, ligou ao primeiro-ministro, manifestando-se consternado com as consequências trágicas dos incêndios. Os partidos políticos com representação parlamentar, que alteraram as agendas para hoje, também já se manifestaram relativamente a esta situação e expressaram condolências às famílias das vítimas. A direcção do PS apresentou as condolências às famílias das vítimas atingidas pelos incêndios e insistiu na necessidade de acção para que se concretize uma reforma estrutural da floresta. Já o PSD lamentou a falência do Estado nos momentos em que as populações precisam e o CDS-PP pediu uma audiência com carácter de urgência ao Presidente da República para abordar esta situação. À esquerda, o PCP exigiu uma mudança nas políticas florestais, mas recusou pedir demissões, enquanto do BE defendeu a necessidade de mudar a estrutura governamental para juntar a prevenção ao combate aos incêndios, esperando que o Governo "tire responsabilidades" no Conselho de Ministros de sábado. Também o PAN manifestou "profundo pesar às famílias e amigos" das vítimas, e apontou estar a mobilizar-se para apoiar as populações no terreno.

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