Pelo menos 327 farmácias vão ficar esta noite de serviço em toda a região centro, num reforço que acontece devido aos incêndios. Numa nota enviada à agência Lusa, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) indicou ainda que há outras 37 farmácias sobre as quais não é possível informar quanto à disponibilidade para estarem de serviço por dificuldades de comunicação. Segundo a associação, houve pelo menos duas farmácias que foram afectadas directamente pelos incêndios: a farmácia da Lajeosa do Dão, Tondela, e a farmácia Central em Melo, Gouveia. Estas duas farmácias vão retomar o serviço em instalações provisórias cedidas pelas juntas de freguesia.
A ANF activou o seu plano de emergência para “garantir o reforço do fornecimento de produtos essenciais à população e bombeiros”, mas a prestação de serviço farmacêutico foi em muitos locais “fortemente condicionada devido ao fumo, calor intenso e aos cortes de comunicações e estradas”. As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 35 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios. Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos. Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.