“Revolução digital” tem desafios para vencer

O Comissário Europeu da Investigação, Ciência e Inovação, o português Carlos Moedas, sublinhou ontem, na abertura do TechDays, em Aveiro, a importância da ciência e da inovação. “Não dão votos no curto prazo, mas darão resultados a longo prazo”, afirmou, advertindo que é preciso ligar a política à tecnologia, porque os políticos “estão de certa forma perdidos na tecnologia”. Os políticos “não sabem como legislar aquilo que não conhecem e que ainda não existe”, acrescentou no arranque do evento, considerado o maior fórum nacional de tecnologia. “Os políticos terão que trabalhar junto dos engenheiros e cientistas, mas os cientistas e engenheiros também têm de se aproximar dos políticos, porque para regular um mundo que nós não conhecemos só o podemos fazer com a ajuda daqueles que percebem o mundo digital”, assinalou, notando que continuamos a viver uma “revolução digital” desencadeada com a invenção do transístor nos anos 1970 e 1980, decorrendo actualmente uma nova fase caracterizada pela “inundação da informação”, onde não se consegue explorar mais de 90 por cento da informação disponível. O comissário europeu diz que há “escolhas políticas” a fazer: “Pensar se queremos que no futuro a inteligência artificial nos substitua como seres humanos ou nos melhore e nos aumente como seres humanos, mas que nunca nos substitua”.