Em Setembro de 2006, Paulo Domingues lançava à terra a primeira semente do Projecto Cabeço Santo que é hoje, provavelmente, um dos maiores trabalhos nacionais de recuperação e conservação da biodiversidade. Apostado em devolver à mata do Cabeço Santo, em Águeda, a ancestral vegetação derrotada por eucaliptos e acácias, o antigo aluno e professor da Universidade de Aveiro (UA), licenciado e doutorado em Engenharia Electrónica e Telecomunicações, lançou à terra na última década milhares e milhares de carvalhos, sobreiros, murtas, medronheiros e salgueiros.
Concluída a licenciatura (1987) e o doutoramento (1997), Paulo Domingues foi convidado para leccionar no Departamento de Física da UA. Pela frente perfilava-se uma carreira académica brilhante tal como prometia a distinção e louvor com que terminou o doutoramento. Mas o coração tem razões que a própria razão desconhece.
Da viagem filosófica, holística e espiritual calcorreada até aos confins da alma, o jovem professor trouxe uma paixão pelo “palpitar da vida, com todas as suas maravilhas e mistérios” e uma vontade imensa de procurar “uma relação harmoniosa e plena de significado entre os seres vivos num ecossistema cultural” e de “explorar dimensões da existência inacessíveis à abordagem da ciência”.
Assim, saiu da UA em 2005 e, um ano depois, fundou o Projecto Cabeço Santo (https://www.facebook.com/cabecosanto/ ) para, com a Quercus, a Altri Florestal, a Câmara Municipal de Águeda e muitos, muitos voluntários, recuperar a vegetação nativa do Cabeço Santo, na freguesia de Belazaima do Chão, numa área de intervenção que não andará longe dos 100 hectares.
Entretanto, foi sócio e colaborador nas empresas Solzaima e Permasolaris. A partir de 2017 ficou inteiramente dedicado ao projecto que fez nascer e à empresa que criou em 2016, a Quinta das Tílias, dedicada à conservação e à agricultura e fruticultura biológicas.
Leia a notícia completa na edição em papel.