O geógrafo e investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e Ambiente da Universidade de Coimbra, José Nunes André, entende que os três furos feitos nos últimos anos, o último dos quais no passado mês de Maio, para captar água termal, “terão prejudicado as termas” de Monte Real e adiado a reabertura ao público.
“Os referidos furos foram feitos na zona imediata e na zona intermédia, mas muito próximo da primeira, onde a protecção é maior. Se foram autorizados por alguma entidade, existe um desconhecimento da geologia da zona, nomeadamente de uma estrutura diapírica (diapiro de Monte Real), onde rochas plásticas, tais como sal-gema, gesso, argilas, margas salíferas romperam, através de camadas superiores, em direção à superfície”, explica o geógrafo e investigador, residente em Monte Real.
José Nunes André considera que a intenção de efectuar os furos foi “possivelmente para tentar descontaminar a água termal, com excesso de sal”.