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Dois anos depois, família Alkhamis teme voltar a ficar com o futuro suspenso


Adérito Esteves (foto Ricardo Carvalhal) Sexta, 22 de Setembro de 2017
Na rua, as três irmãs brincam despreocupadas e sorridentes. Essa, porém, é a única semelhança com a primeira vez em que o Diário de Aveiro esteve com a família Alkhamis. Então, era a praia de S. Martinho do Porto o palco das brincadeiras de Dymas, Inas e Rhymas Alkhamis, que, agora, correm umas atrás das outras em Ovar, para onde se mudaram naquele dia 13 de Novembro de 2015. Agora, o português delas é perfeito, fogem da objectiva da câmara que, então, adoravam e são crianças aparentemente muito mais tranquilas. O caso não é para menos. Já se passaram mais de dois anos e meio do início da fuga da cidade Síria de Reka, onde moravam antes de esta ser invadida pelo auto-proclamado Estado Islâmico, situação que fez com que a família Alkhamis deixasse a sua vida para trás para partir em busca de uma esperança de sobrevivência. Essa luz de futuro foi encontrado em Ovar, cidade que recebeu Ali, Nada e as três meninas, e abriu o horizonte a uma família cuja vida tinha sido invadida pela escuridão da guerra. Hoje, porém, há um rosto que se apresenta muito mais fechado e consternado: o de Ali. No dia em que falou ao Diário de Aveiro pela primeira vez, apesar de pouco mais conseguir dizer do que “obrigado” e um surpreendente “agora estou muito feliz”, o sorriso nunca lhe saiu dos lábios. A felicidade que verbalizava num português esforçado era mais do que evidente. Agora, contudo, não vemos esse sorriso durante as mais de duas horas que passamos com ele. Há preocupação, acima de tudo, e um sentimento de abandono que não consegue justificar. Apenas sente. “Sinto que não estou a receber aquilo a que tenho direito, como refugiado”, lamenta. E apesar de deixar todos os elogios a quem tem feito dos dias da sua família mais fáceis – o movimento “Ovar, vamos ajudar?” e a União de Freguesias de Ovar (UFO) – o contacto com outros refugiados dá-lhe a certeza de que a sua família está a ser prejudicada. “Todos os refugiados estão a receber um subsídio, além do ordenado proveniente dos empregos, e eu não”, aponta.
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