A comemoração do 135.º aniversário de elevação da Figueira a cidade teve ontem alguns momentos marcantes, com a deposição de uma coroa de flores na estátua do centenário da autoria da escultora Dorita Castelo Branco. Um trabalho «muito afirmativo, com uma imagem determinada de projecção para o futuro», diria o presidente da Câmara.
Mas um dos pontos altos foi a colocação das peças escultóricas de Gustavo Bastos, na fachada do Museu Municipal. O trabalho conhecido como “roda da fortuna”, havia sido feito a pedido de Isaías Cardoso, o arquitecto autor da primeira grande remodelação do Casino Figueira, na década de 70. Aquando de nova remodelação do edifício do Bairro Novo (2005), a escultura foi retirada e guardada pela Sociedade Figueira Praia, detentora do Casino. A autarquia, tentando cumprir uma das últimas vontades do conhecido arquitecto figueirense, também autor do edifício do Museu Municipal, solicitou sem sucesso, ao anterior responsável do Casino que “disponibilizasse” a peça. Agora, com Fernando Matos na administração, a obra foi cedida e a autarquia escolheu o dia da cidade para a cerimónia. «Entendemos que este seria um espaço de excelência», diria João Ataíde, agradecendo à Sociedade Figueira Praia. A sessão contou com a presença da filha de Isaías Cardoso, que não escondeu a «grande emoção» que sentia, apenas lamentando que o pai já não assistisse a este momento. Isabel Cardoso recordou ao nosso Jornal que ele «lutou muito, era algo que quase o obcecava, mas até à nova administração não foi possível. Felizmente agora concretiza-se», frisou.
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