A família da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos (AHBVV) está maior. Ontem, no decorrer das comemorações do 89.º aniversário da associação, os nove estagiários foram promovidos a bombeiros de 1.ª classe, tendo sido “abençoados”, em conjunto com outros bombeiros de 3.ª que foram promovidos a bombeiros de 2.ª, como manda a tradição: com a água (gelada, ao que parecia) que saía das mangueiras que usam no dia-a-dia para as mais variadas ocorrências, onde colocam em risco a sua vida em prol dos outros e da natureza.
De facto, a pouco de terminar mais uma época crítica de incêndios, a palavra reconhecimento foi a que mais se ouviu nos discursos realizados na sessão solene. Perante um salão cheio de bombeiros e direcções de associações humanitárias de toda a região, familiares, sócios e vaguenses solidários com esta causa, ninguém deixou de elogiar o trabalho dos soldados da paz neste Verão marcado pela desgraça.
“O que tem acontecido no país, e no nosso concelho também, tem que nos obrigar a reflectir a prevenção e o combate”, começou por alertar Óscar Gaspar, presidente da mesa da assembleia. No entanto, o comandante Miguel Sá, que termina a sua comissão em Janeiro próximo (ver caixa), relembrou que os incêndios representam apenas 10 por cento das actividades onde estão envolvidos os bombeiros. “Os incêndios têm mais mediatismo porque nesta altura nem existe futebol”, disse, em jeito de brincadeira, mas aproveitando também para pedir ao presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, que continue a lutar para que volte a existir o comandamento próprio dos bombeiros. “Só assim teremos dignidade que merecemos e que devemos ter, porque neste momento não há bombeiros de Portugal, mas apenas bombeiros em Portugal”.
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