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Mirror People traz uma luz especial ao pôr-do-sol de hoje


Adérito Esteves Sábado, 08 de Julho de 2017
Quem não tem saudades de um bom sunset? E nem falamos daquele momento que os amantes do romantismo consideram ter a cor perfeita e o ambiente ideal para uma qualquer declaração apaixonada. Referimo-nos mesmo “àquele” evento que de há uns anos para cá, havia dia sim, dia também. Este ano a coisa parece estar em desuso. Ou então o sol deixou de se pôr a jeito. Talvez a pensar nisso, e porque agora a noite cai melhor, o 23 Milhas parece determinado a lançar a rede a todos os saudosistas do sunset, convidando-os para embarcar numa onda electrónica e amarrarem a atenção no “Cais à Noite”. O ciclo que vai desaguar sempre ao sábado no Cais Criativo da Costa Nova arranca hoje, com Mirror People a apresentar o seu mais recente álbum, “Bring the light”. Razão mais do que suficiente para falarmos com o seu mentor, Rui Maia, e tentar perceber que luz é esta que ele e a sua banda vão trazer para abrir caminho a um ciclo que quer chegar a bom povo. Diário de Aveiro: Tem andado a apresentar o segundo álbum de Mirror People. Quais as diferenças em relação ao primeiro? Rui Maia: No primeiro disco tive várias colaborações – quatro ou cinco cantores e outros músicos -, e agora fiz algo diferente, colaborando só com o Jonny Abbey, que dá a voz à maior parte dos temas do “Bring the light”. Estamos a apresentá-lo ao vivo num formato de trio: nós e o João Pascoal, que tocou connosco no disco, e acompanha-nos nos concertos, com baixo e sintetizadores. Uma das coisas que se mantém é que o Rui não canta. (risos) Não faço as vozes principais. Porque não sou cantor e deixo isso a cargo de alguém que saiba cantar melhor do que eu. No disco e ao vivo faço “backing vocals”, mas ainda não tenho confiança para mostrar a minha voz – não sei se no futuro o farei. Se estiver só a fazer “backing vocals” estou mais à vontade. Sendo álbuns tão distintos, no que se refere às colaborações, nestes concertos tem tocado também músicas do primeiro? Também tocamos músicas do primeiro álbum, mas, naturalmente, estamos mais focados no mais recente.Também porque os músicos envolvidos nele estão a participar nos concertos. Mas vamos buscar algumas músicas do primeiro disco, porque apesar de serem distintos, fazem parte do mesmo universo. E este álbum acaba por ser uma continuação do primeiro, ainda que com uma sonoridade um pouco diferente. Este abandona um pouco o “disco sound” e foca-se mais no lado electrónico – que também estava presente no “Voyager”. Mas acho que faz tudo parte do universo Mirror People. Os próprios temas e as letras têm uma componente semelhante nos dois álbuns. Com este disco, afirma que quis “voltar ao passado para retratar o futuro”. No sentido de voltar ao passado, quis posicionar-me no início dos anos 80, lidar com a tecnologia de então e imaginar como seria o futuro, se estivesse a viver aqueles anos. A tecnologia é bastante limitada, eu usei os instrumentos dessa época com as suas limitações, e quis perceber como é que as coisas iam soar no futuro. Foi tentar imaginar o ano de 2017, e perceber que ele é bastante mais atrasado do que se previa no início dos anos 80, quando, em filmes e jogos de computador, tínhamos carros voadores e imensas coisas que ainda não são possíveis. Tentei idealizar esse mundo e passá-lo para a música.
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