Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Adriano Callé Lucas

Ensinar piano com duas notas: criatividade e rigor


Sábado, 01 de Julho de 2017
Por ter formado inúmeras pessoas, é muito provável que as obras, os aplausos ou os prémios conquistados pelos intérpretes nacionais tenham sementes cultivadas por Álvaro Teixeira Lopes. Professor na Universidade de Aveiro (UA), quando se emociona ao ouvir a música dos alunos sabe exactamente que está a cumprir a missão de fazer crescer asas em cada um deles. Diário de Aveiro: Como define um bom professor? Álvaro Teixeira Lopes: Um bom professor é aquele que marca positivamente os alunos, que deixa rasto. Eu, ainda quando toco ou trabalho alguma obra nova, “ouço” a forma como os meus diferentes professores abordariam a obra em questão, o que me permite chegar naturalmente à minha forma de interpretar. Ajudar a encontrar e não dar a solução, é a chave. É necessário saber muito mais do que aquilo que se ensina e o saber fazer a triagem do que se transmite é fundamental. O papel mais importante do professor é ajudar o aluno a encontrar a sua autonomia – o seu caminho. No dia em que ouço um aluno a tocar uma obra com uma concepção completamente diferente da minha, entendê-la e ficar emocionado, é porque cumpri o meu papel. O que mais o fascina no ensino? A procura incessante. A relação professor/aluno na minha área é muito intensa. O facto de as aulas serem individuais cria uma permanente troca, em que o empenho do aluno origina o empenho do professor em cada minuto. Este processo, por vezes, desenrola-se ao longo de anos e é necessário que seja permanentemente enriquecido e mutante. O professor/pianista tem de se despir sempre da sua personalidade artística para ajudar o aluno a encontrar a sua própria personalidade. Cada aluno meu tem um denominador comum com os seus colegas, que é o facto de ser portador da minha experiência artística, mas tem de se sobrepor a ela encontrando a sua própria personalidade. A diversidade é sempre um desafio e como não há duas pessoas iguais e a arte surge através das pessoas, as fórmulas não têm espaço e a criatividade aliada ao rigor são as palavras-chave deste processo.
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